sexta-feira, 5 de abril de 2024

'Estação Radiant', de Margarida Campos, será lançado dia 9 de abril, na galeria do ICBEU em Manaus

 



No dia 9 de abril, na galeria ICBEU, às 18h, será realizado o lançamento do livro ‘Estação Radiant’, da autora Margarida Campos. O livro relata uma viagem pela cidade de Manaus, no final das décadas de 1940 a 1969, época em que os ônibus eram feitos de madeira. O livro mostra as mudanças que aconteceram na paisagem, no decorrer do tempo e que, muitas vezes, não são percebidas.

O evento acontecerá na Galeria do ICBEU, que fica localizado na avenida Joaquim Nabuco, n.º 1286, Centro.


De acordo com a autora, nessa viagem por Manaus nos ônibus de madeira dos anos finais das décadas de 1940 a 1969, construídos por João Damasceno, pai de Margarida, o leitor percorrerá uma cidade ordenada e pacata, com instalações ainda preservadas, reflexo de uma sociedade de classe média e de valores moldados por um ensino público de qualidade, apesar da crise econômica oriunda da queda do comércio exportador da borracha. 


“O leitor atento, então, testemunha a destruição da estrutura urbanística, dos espaços públicos de referência e dos recursos naturais, características únicas da paisagem e dos modos de tocar a vida dos manauenses. É a desconstrução da cidade pelo fenômeno da Zona Franca, modelo econômico implantado sem a sustentação de um planejamento estratégico participativo, racionalizador de decisões e implementador de metodologias que evitam ou reduzem erros, equívocos e impactos negativos na realidade, objeto de intervenção”, escreveu a autora. 


Para a coordenadora editorial da Valer, professora doutora em Filosofia e autora do livro ‘Para além ou para além de nós’, Neiza Teixeira, essa obra é um marco na história do Amazonas, pois oferece uma leitura e um conhecimento que não detínhamos: conhecer Manaus de um tempo passado por meio de uma viagem em um ônibus de madeira. 


“É muito interessante, também, a forma como Margarida Campos desenvolveu a sua escrita, pois o que poderia ser apenas uma história de família tornou-se um capítulo da Manaus que somente permanece na memória.”, ressaltou Neiza.


Segundo Tenório Telles, escritor e autor de “Estudos de literatura do Amazonas”, a leitura de ‘Estação Radiant’ nos remete a outras obras que retratam nosso chão sob o viés da memória: ‘Evocação de Manaus’..., de Jefferson Péres, e ‘Manaus: amor e memória’, do poeta Thiago de Mello. Esses textos se tornaram referenciais sobre Manaus. 


“O que singulariza este livro sobre a história de mestre Damasceno e seus ônibus de madeira são a atmosfera, as histórias de vida, os personagens desenterrados dos escombros da memória e o tom de voz expresso pela autora. Margarida Campos, escudada nesta crônica elegíaca de sua jornada pessoal e familiar, conquista um lugar entre os grandes cronistas de nossa terra e sua gente.”, escreveu o poeta na orelha do livro. 


O jornalista Aldísio Filgueiras, responsável pela apresentação da obra, afirma que ‘Estação Radiant’ é a viagem que Margarida decidiu fazer pelo passado e pelo presente da cidade, ambos no mesmo roteiro – guiada pelo fio de prumo da artesania de Damasceno, que tinha olho e mãos certeiros.


“Essa mulher, negra, pobre, que se alçou, a duras penas, especialista em Saúde Pública e em Planejamento de Saúde pela Universidade de São Paulo – USP e mestra em Saúde Comunitária pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, que as governanças de Manaus e do Amazonas evitam, porque ela não compra vacina em casas de vinho (em Manaus, a competência é uma maldição, e a honestidade, crime), vê a sua cidade de dentro do ônibus, pela janela, como se estivesse filmando todos os acontecimentos e personagens (principalmente os "milhares de extras"), com um olhar seletivo, por isso mesmo crítico.”, ressaltou Aldísio.


O jornalista continuou e explica que nesse processo cirúrgico, a narrativa de Margarida se distancia de certo memorialismo nostálgico e saudosista, que só testemunha a impotência de quem acredita que "a vida é assim mesmo, foi e sempre será" e põe tudo nas mãos de Deus, porque é covarde demais para ousar assumir a responsabilidade de fazer da própria voz a sua vez e voto.” 


Quem tiver interesse em adquirir o livro antes do lançamento pode acessar o site: editoravaler.com.br ou pelo número (92) 99613-1113.


Sobre a Valer


Com atuação de mais de 30 anos, com publicações focadas na Amazônia, a editora Valer possui mais de 2 mil obras publicadas, com livros que vão desde a Poesia até Direito e pesquisas cientificas. 


Ressaltando, tanto autores contemporâneos quanto obras clássicas, como “Simá (2011, Editora Valer), de Lourenço Amazonas, e “Poranduba amazonense” (2018, Editora Valer), de Barbosa Rodrigues.


Ainda em 2024, a editora Valer voltará a ter sua loja física, no Largo São Sebastião, no Centro de Manaus.

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