A Editora Valer lançará em breve o livro intitulado 'Canaimé - Matador de Alamas', de Ernandes Dantas e com ilustração de Will Cavalcante.
A tríplice fronteira do Estado de Roraima é cheia de histórias, que, nos últimos anos, estão saindo da oralidade e ganhando o mundo em prosas e versos escritos.
Uma dessas histórias é sobre o Canaimé, um inimigo oculto que ataca suas vítimas quando estão vulneráveis. Alguns parentes afirmam que não há o que se fazer contra o Rabudo. Outros acham que ele pode ser morto, com o auxílio dos pajés da floresta.
Esse personagem tem qualidades híbridas e seu desempenho é marcado por uma diversidade de plantas com poderes para caçar pessoas, em busca da alma e do sangue. Canaimé transfigura-se em onça e em outros animais, protegendo sua identidade na captura de suas vítimas.
O que
é Canaimé?
O conceito de Kanaimé desempenha um papel muito importante na vida desses índios. Designa, de certo modo, o princípio mau, tudo que é sinistro e prejudica o homem e de que ele mal consegue se proteger. O vingador da morte, que persegue o inimigo anos a fio até matá-lo traiçoeiramente, esse “faz kanaimé”.
Tribos inteiras têm a má fama de ser Kanaimé, porém, é sempre o inimigo oculto, algo inexplicável, algo sinistro.
Kanaimé não é um homem, diz o índio. Ele anda por aí à noite e mata gente, não raro com a maça (porrete) curta e pesada, como a que se leva ao ombro durante a dança. Com ela, parte “em dois todos os ossos” da pessoa que ele encontra; só que a pessoa não morre imediatamente, mas “vai para casa”. “À noite, porém, fica com febre e, depois de quatro ou cinco dias, morre.
“Canaimé
para os povos indígenas da floresta, não é lenda, não é mito, é realidade pura.
É o maligno chanaminayzu, como dizem os wapichanas, repleto de sentimentos
negativos, vingativos, cheio de gana.”
Quem é
Ernandes Dantas?
O artista e gestor cultural Ernandes Dantas é roraimense. Tem a música e a poesia no sangue. Desde criança escreve um pouco de tudo. É filho de Mucajaí, pego pela parteira Anunciada, em 12 de outubro de 1974, mas tem registro de Boa Vista. Ernandes é neto-filho do senhor Salomão Dantas e da senhora Maria de Lourdes da Conceição Dantas. Salomão é um dos fundadores do município de Mucajaí, era um grande trovador, contador de histórias, o influenciador para Ernandes tornar-se essa figura plural para nossa sociedade culturalmente roraimense e roraimada.
É
bacharel em Comunicação Social (UFRR), licenciado em Pedagogia (Fares) e
licenciado em Letras com habilitação em literatura brasileira (UERR).
Pós-graduado Lato Sensu em Gestão, Supervisão e Orientação Escolar
(IBPEX); Educação na Cultura Digital (UFRR) e Educação Musical pelo Ifam. Sua
produção literária é composta por peças teatrais, contos, lendas, poemas,
músicas e artigos. Atua e dirige o evento teatral: Encenação da Paixão de
Cristo, de Mucajaí – RR. É professor da Rede Pública do município de Boa Vista,
desde 2012.
Will
Cavalcante por ele mesmo
“Sou
nortista, paraense, ilustrador e biólogo de formação. Comecei a ilustrar na
graduação com artes voltadas para trabalhos científicos na área de Botânica.
Tenho
experiência em materiais voltados ao regionalismo, divulgação científica e
principalmente em projetos gráficos, artes e design editorial. Sou um
profissional versátil e de fácil adaptação a novas ideias. Ao longo da minha
carreira, já realizei trabalhos diversos como criação de capas e ilustrações
para livros, infográficos, quadrinhos e artes para o mercado publicitário”.
Globoplay
Ele fez a identidade visual para o projeto de áudio
drama ELES ESTÃO AQUI, produzido pela Ampére para a Globoplay. O cartaz
artístico, usado para a divulgação do projeto na CCXP 2022, vitrine para o
podcast e artes para as redes sociais da plataforma da Globoplay.
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