sexta-feira, 31 de março de 2023

Thiago de Mello: Estatutos do Homem, por Rosa Maciel

 

Foto: Bruna Chagas/Valer


Rosa Maciel*

Na semana em que a Valer está homenageando o imortal poeta Thiago de Mello, tenho enorme prazer de discorrer um pouco sobre a sua obra que sempre amei. Estatutos do Homem é um pequeno compêndio de teor utópico do que ele imaginara ser o mundo ideal, habitado pelo homem na sua melhor versão. 


É belo, é rico, nos faz buscar lá dentro de nós os resquícios de esperança de um mundo melhor e do que poderemos fazer para que tal aconteça. O livro é dividido em catorze artigos, editado de forma trilíngue, possibilitando o seu percurso pelo mundo de maneira mais fluida. 

Quero começar pelo artigo 11 em que define-se o homem como feito de amor, e isso o traduz como um ser belo, comparado à estrela da manhã, quando se permite viver este amor e utilizá-lo como agente transformador do que o mundo real, cheio de falhas, deveria transformar-se no mundo por ele idealizado, partindo do amor, da liberdade que esse amor, verdade e transparência produz, despindo-se da carcaça, da capa da mentira, que o homem de modo geral se utiliza para viver de acordo com as conveniências. Verdade sem discursos falaciosos e enganadores. 

O artigo segundo também é maravilhoso, uma vez que é um convite a transformar os dias mais nebulosos, em manhãs de domingo, que geralmente é dia de festa e confraternizações familiares. Dia de alegria. É fantástico! Quando no terceiro artigo ele diz que o girassol não precisa necessariamente do sol para florescer, ele evoca a nossa capacidade de sermos protagonistas de nossa vida, pois dentro de nós há um sol que brilha, independente de qualquer coisa. A nossa atitude em fazê-lo brilhar é que fará a grande diferença. 

Os demais artigos apresentam, mesmo que de forma utópica, o homem resgatando os valores e confiança no próprio homem, da forma mais genuína: o lobo brincando com o cordeiro é citado na forma de convivência pacífica do homem com os seus medos e tratando o desafeto com respeito mútuo. 

No livro, o estabelecimento da justiça, da liberdade, da verdade, do amor altruísta e genuíno; no extermínio da palavra liberdade, porque a liberdade deverá ser vivenciada sem falácias, ou discursos enganadores. Que a liberdade seja uma constante prática diária, como as mais corriqueiras coisas que fazemos.

É brilhante, transcendente e belo. Cada palavra descrita nos Estatutos do Homem nos eleva a buscar o que temos de melhor dentro de nós, para sermos canais, agentes transformadores. 

Meu sincero conselho é: não deixe de ler esta obra, expressão de sensibilidade, arte, poesia e amor deste ser que estará vivo em nossas memórias: Thiago de Mello. 


*Formação superior: Enfermagem e Teologia; Pós-graduação em Psicopedagogia, neropedagogia e gestão pedagógica; Cursos livres de Revisão Textual e editoracão; Cronista e resenhista.

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